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Autodiagnóstico na internet

Cada vez mais comum, o autodiagnóstico tem gerado mais medo do que respostas.

Autodiagnósticos utilizando aplicativos móveis, dados biométricos e informação médica disponível na internet são cada vez mais comuns. Mas isso realmente funciona? Precisamos pontuar alguns fatos sobre o autodiagnóstico:

1. O mais simples sintoma pode ser complexo e apresentar variações
Os sintomas frequentemente se sobrepõem aos de outras patologias e confundem até o mais bem treinado médico, de modo que uma simples dor de cabeça pode representar de uma sinusite a uma hemorragia subaracnóidea. O leigo, mesmo se esforçando em buscar fontes confiáveis, não está equipado para diferenciá-las, pois não possui a experiência, discernimento ou a linguagem indispensáveis para extrair destas fontes, os dados corretos e relevantes.

Ele geralmente as compreende erroneamente no contexto de sua própria experiência e isto não é demérito. O mesmo ocorre quando médicos tentam escrever contratos, ou arquitetos decidem realizar análises macroeconômicas. As cifras das linguagens específicas a cada área comprometem significativamente sua compreensão.

2. Uma auto análise pode ser completamente tendenciosa
Outro ponto crucial é a objetividade analítica. O Dr. William Osler, considerado o pai da medicina moderna, dizia: o médico que trata a si próprio, tem um bobo como paciente. Quando você analisa seus próprios sinais e sintomas, pegam carona sem você perceber seus medos, ansiedades, preferências e vários outros viéses capazes de descarrilhar o mais objetivo raciocínio.

3. Os resultados nem sempre são confiáveis
No outro lado da equação, se analisarmos os resultados elencados pelos motores de busca regulares, veremos que o principal critério não é sua solidez científica, mas o fato do link ser patrocinado ou número de acessos, elementos fracamente associados à credibilidade da informação. Com isso, ao buscar respostas, pacientes são frequentemente expostos a dados questionáveis ou propaganda, cuja implementação pode produzir impactos deletérios importantes em sua saúde. Exemplos típicos deste tipo de prática são as terapias de “detoxificação”, dietas para emagrecer, suplementos para ficar forte e bonito sem fazer esforço, afrodisíacos de toda espécie, a promoção de produtos “naturais” que curam todas as doenças e assim por diante.

Então, o que podemos concluir?
É por tudo isso que raramente um autodiagnóstico sobrevive a um questionamento especializado. Novamente, leigos não são obrigados a ser diagnosticadores proficientes, nada na medicina é simples ou direto e exatamente por isso, convém voltarmos ao exemplo inicial e perguntar: Valeu a pena a intensa angústia da paciente que se auto diagnosticou equivocadamente? Este diagnóstico, todos estamos habilitados a fazer.

Procure uma clínica médica e faça o diagnóstico com o profissional adequado, relate os seus sintomas e faça os exames antes de tirar qualquer conclusão precipitada!

Matéria: http://www.minhavida.com.br/